Permita-se Duvidar
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| Fonte da Imagem: freepick.com |
A vida é cercada por muitos mistérios. Todos os dias as
dúvidas surgem ou reaparecem. Parece que de pouco se pode ter certeza. Mas,
quer saber? As dúvidas já não me incomodam tanto, pois são elas que me fazem
buscar por novos conhecimentos e conclusões.
As dúvidas desempenham um papel essencial na vida humana,
funcionando como catalisadoras para o aprendizado, o crescimento pessoal e a
evolução da nossa espécie em sociedade. Elas nos desafiam a questionar,
explorar e ampliar os limites do que sabemos e entendemos sobre o mundo e sobre
nós mesmos. Longe de serem sinais de fraqueza, ignorância ou de origem
diabólica (alguns religiosos atribuem o ato de duvidar ao diabo, em especial,
as dúvidas acerca do reino de Deus e da vida espiritual), as dúvidas são
expressões naturais da curiosidade humana, do desejo de encontrar sentido em
nossa existência, além de um forte sinal
de humildade.
No âmbito pessoal, as dúvidas nos levam a refletir sobre as nossas
escolhas, valores e objetivos. Elas nos convidam a reconsiderar decisões e a
buscar alternativas, contribuindo para um desenvolvimento mais consciente e
alinhado com os nossos propósitos. Por exemplo, ao questionar sobre uma
carreira ou um relacionamento, podemos encontrar respostas que nos ajudam a
reorientar a nossa trajetória em busca de maior realização, estabilidade e
segurança a longo prazo.
No campo do conhecimento, as dúvidas são o ponto de partida
para o progresso científico e filosófico. Grandes descobertas e avanços foram
impulsionados por pessoas que ousaram questionar o que era considerado verdade
absoluta em suas épocas.
Além disso, a dúvida tem um papel importante nas relações
interpessoais e na convivência em sociedade. Ela promove a humildade, nos
lembrando de que não temos todas as respostas e que outras perspectivas podem
enriquecer a nossa compreensão acerca de qualquer assunto. Especialmente agora,
em tempos de polarização, aprender a abraçar as incertezas pode nos ajudar a
dialogar com empatia e a construir pontes amigáveis, em vez de muros de
doutrinas moralistas, desumanas e excludentes.
Por fim, a dúvida também está profundamente conectada à
busca pelo sentido da vida. Questionar a nossa existência, o nosso papel no
universo e as nossas crenças mais enraizadas é o que nos torna humanos e nos mantém
em movimento. É através desse processo de reflexão que descobrimos novas
verdades e encontramos significado, mesmo diante das incertezas que esta vida
nos proporciona diariamente.
Permitir as dúvidas é aceitar que a jornada do conhecimento
e da vida nunca está completa. Elas nos empurram adiante, nos mantendo abertos
a novas possibilidades e experiências, nos preparando para enfrentarmos os
desafios de um mundo em constante evolução. Dúvidas, afinal, não nos
enfraquecem, mas, sim, nos fortalecem.
Definição de
dúvida
A dúvida é o estado de incerteza ou hesitação em relação à
verdade, à validade ou à exatidão de algo. Pode surgir diante de situações,
informações, escolhas ou crenças que não apresentam evidências claras ou
convincentes. A dúvida é, muitas vezes, um ponto de partida para o
questionamento, o aprendizado e a reflexão crítica.
Etimologia da
palavra "dúvida"
A palavra "dúvida" tem origem no latim dubita,
que deriva do verbo dubitare, que significa "hesitar" ou
"estar em dúvida". Este, por sua vez, está relacionado ao adjetivo dubius,
composto de duo (dois) e habere (ter), que pode ser interpretado
como "estar entre dois caminhos" ou "ter duas
possibilidades".
Essa origem reflete a essência da dúvida como um estado de
divisão interna, em que a mente oscila entre duas ou mais opções ou
interpretações. A ideia de "dualidade" embutida no conceito reforça o
caráter de incerteza e ambiguidade que a dúvida representa.
Assim, o termo remete tanto à necessidade de escolha quanto
à busca por clareza, dois aspectos fundamentais para o progresso intelectual e
emocional humano.


