Amar, Segundo a Psicanálise
Pela ótica da psicanálise, amar continuamente é um exercício de reencontro com o desejo. O amor não é estático — ele precisa ser constantemente reinventado. Freud e Lacan mostram que o desejo nasce da falta que há em nós, e do mistério que o outro representa em nosso inconsciente. Com o tempo, muitos casais perdem essa dimensão simbólica e passam a ver o parceiro com menos atração. Para se apaixonar todos os dias é necessário redescobrir o outro como diferente e suficiente, permitindo-se viver o prazer, mesmo na rotina. Isso inclui reconhecer que o amor não elimina todas as faltas que nós sentimos, mas dialoga com tudo isso que nos falta e nos leva a desejar o suprimento destes vazios. É necessário aceitar que o outro nunca será totalmente conhecido, pois é justamente esse “mistério” que mantém o encantamento. Reacender o amor não é voltar ao começo, mas encontrar novos sentidos para o mesmo amor, transformando a rotina em um reencontro prazeroso e duradouro.

